1. |
Decolonize
01:38
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for a long time
generations
pored over a book
that gave the significance of their fables
their lives
killed, dead, sacrificed
the third world remained underdeveloped
under the sign of salvation
under the sign of misery
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As religiões de matriz europeia foram uma ferramenta de fundamental importância no processo de colonização, dominação e exploração em países da Africa, Ásia e América Latina, se sobrepondo sobre as culturas nativas, demonizando seus costumes, legitimando a escravidão e o poder das metrópoles sobre aquilo que consideravam um "novo mundo".
O dano causado pela prática autoritária da evangelização sobre a população nativa nos países que não pertenciam ao velho continente foi de proporções imensuráveis, reverberando em nossos dias como se o tempo não tivesse passado, culminando no subdesenvolvimento e crise de identidade.
Em tempos recentes, essas instituições religiosas assumem um discurso progressista surpreendente, uma abertura às minorias incomum até então. Seria uma tentativa de se redimir pelo passado sangrento? Ou tudo isso faz parte de uma estratégia de uma instituição que sempre serviu como instrumento ideológico de estados conservadores e totalitários?
A questão é que o passado é reproduzido da mesma forma ainda hoje, com a mesma população e protagonizado pelos mesmos atores.
Ainda hoje missionários representantes de igrejas neo-petencostais adentram territórios indigenas como se fossem jesuítas portugueses nos idos de 1500, com a missão de evangeliza-los, converte-los à "civilizada" crença cristã, de maneira invasiva e desrespeitosa, rompendo com a unidade do grupo, estigmatizando aqueles que defendem a prática da cultura nativa (que passa a ser demonizada pela comunidade evangelizada), pondo em crise e conflito os costumes, as relações e a identidade da comunidade.
No punk as críticas à instituições religiosas são clichês e repetitivas, mas talvez as religiões ainda não tenham nos dado oportunidade para não questioná-las.
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2. |
Trying and Error
01:39
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I tried ...
but trying never came close to being enough
maybe this is not the fitting way
where things were less painful
simpler, easier
but even if there were,
maybe I was not able to do it right
talking right.
it might be better to not do anything from now on.
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A possibilidade das tentativas resultarem em algum acerto parecem ter se esgotado. Não que isso signifique que eu tenha acertado muito nessa vida, mas se um dia eu descobrir o jeito certo de lidar com as coisas, talvez eu não seja capaz de fazê-lo.
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3. |
Build On
02:23
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we must build a new scene
over the old structures
over a world in ruins
dry and unproductive land
that slowly is turning false
here we are
but we don't expect for you
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O maior engano da nossa geração talvez consista na ideia de que somos produto final de uma história acabada, resultado de todos os conflitos, revoluções, onde tudo já foi criado e em pouco há o porvir. O papel de expectador nos foi dado e esse papel incorporamos, reproduzindo o que foi feito no passado, tentando repeti-lo a todo custo, na desesperança de que algo novo possa ser tão poderoso e genuíno quanto tudo o que já aconteceu antes.
Toda história de significado glorioso foi preenchida em suas lacunas por infelicidades, violências e devaneios da vida cotidiana, mas para nós, nada pode ser tão poderoso quanto o presente.
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4. |
Eldorado
01:26
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I sit and wait the next bus
to arrive not delay
but it is long
enough do sink me
how many pendencies
must organize myself
sometimes twist to the bus
take the longer path
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"O tempo zomba dos limites que inventamos para ele para acreditar que nos obedece; mas o mundo inteiro comemora e teme essa fronteira."
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5. |
Kid Stuff
00:44
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I can't say beautiful words
while I am not yet recognized
considered, with a crying voice
that fills and deafens
but the kids will have their say
I dont want to keep myself grown
regardless, I should be heard
doubt an arrogant adult
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Como se não bastasse viver sob moldes que nos classificam por gênero, cor de pele, classe social, nacionalidade... ainda nos deparamos com mais uma questão que dissipa nossa existência nos momentos mais criativos e espontâneos de nossas vidas: a idade.
A fala de uma criança ou adolescente aos ouvidos de um mundo adulto, mecânico, acelerado e burocratizado é anulada, justificativas não faltam para não se levar em consideração qualquer manifestação
vinda de alguém com 11, 12 ou 13 anos, quase nunca isso é interessante para comunidade em que a criança está inserida, pra sua escola e até mesmo para seus familiares.
Por mais contraditório e hostil que o hardcore punk possa parecer pra algumas pessoas, um fato inegável é esse relacionado ao empoderamento que a dinâmica do faça-você-mesmo, de simplicidade e rebeldia, permite aos mais jovens: o poder de fala.
Era à isso que o Minor Threat se referia quando lançaram "Minor Threat", 7 Seconds com "Young Till I Die", SSD com "The Kids Will Have Their Say"... mais que culto a juventude, isso é emancipação.
Aproveite o seu tempo livre, escreva um zine, leia um livro, monte uma banda, ande de bicicleta, ande de skate, ressignifique o espaço urbano na sua cidade, extrapole os limites musicais do hardcore e continue reclamando.
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